Saberes com Tradição
Os formandos da turma do curso do PROFIJ Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural, entrevistaram o Senhor Roberto Fraga, na sua residência, em Santa Cruz das Flores, no dia dois de outubro de dois mil e vinte.
Esta atividade insere-se no projeto “Saberes com Tradição”, que irá ser desenvolvido pelos formandos deste curso ao longo do ano letivo e tem como principal objetivo dar a conhecer às gerações mais novas as tradições e cultura da sua Ilha. Deste projeto fazem parte a criação do Blog escolar “Vento Oeste”, onde as várias turmas da escola poderão colocar as atividades que vão desenvolvendo ao longo do ano letivo, partilhando-as, assim, com os seus colegas e restante comunidade escolar.
Esta entrevista foi estruturada e preparada pelos seis formandos que constituem a turma de Turismo Ambiental e Rural, sob orientação das formadoras Isabel Duarte e Patrícia Resende. No sentido de se dar a conhecer e perpetuar as tradições culturais da Ilha das Flores, irão ser realizadas algumas entrevistas a habitantes locais que se distinguem pelo seu contributo para o enriquecimento da cultura e tradições florentinas.
Neste âmbito, a primeira pessoa a ser entrevistada foi o senhor Roberto Fraga, cujo percurso de vida e as peças que executa na modesta oficina da sua residência o tornam uma figura de grande interesse para este projeto. Também no Blog “Vento Oeste” se poderá ler na íntegra a entrevista efetuada pelos formandos ao senhor Roberto que tão bem nos recebeu na sua habitação, partilhando connosco HISTÓRIAS e SABERES que nos deixaram deslumbrados. No Blog poderão ainda visualizar um vídeo com esta entrevista, na qual participaram ainda a sua esposa e sogra, que nos acolheram com grande amabilidade e disponibilidade.
Importa ainda referir que este projeto pretende também ter um papel de aproximação dos jovens aos mais idosos, compreendendo a importância que os mesmos têm para a nossa sociedade, aproveitando as suas experiências e conhecimentos para o nosso enriquecimento pessoal.
Os mais velhos são um grupo cada vez mais presente na nossa sociedade, tornando-se importante compreender o contributo que eles podem ter nas suas comunidades, entender como podem promover o Desenvolvimento Local das suas localidades e saber quem os pode ajudar nesse processo. Os jovens, por seu lado, representam um número cada vez menor na sociedade, no entanto, são eles que dão vida às suas comunidades, uma vez que participam nas várias atividades aí existentes, integram e desenvolvem projetos associativos promovendo, assim, o Desenvolvimento Local.
Nas escolas pode promover-se uma maior aproximação dos jovens em relação aos idosos; pode mostrar-se o quanto os idosos são úteis à sociedade e o que os jovens podem aprender com eles. Os jovens em colaboração com os seus professores podem desenvolver projetos com a população mais idosa, que visem o Desenvolvimento Local nas suas localidades. Percebe-se, então, que os jovens, na sua formação escolar, e os mais idosos, em conjunto, desempenham um papel muito importante no desenvolvimento da sua região.
Neste âmbito o presente projeto terá como objetivo perceber como os jovens podem tornar-se promotores de Desenvolvimento Local, através da relação com o Património Cultural e Imaterial das pessoas mais velhas da sua comunidade.
Os formandos do curso de Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
---|---|---|
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico | Mural Fotográfico | Mural Fotográfico |
Mural Fotográfico |
Entrevista ao Senhor Roberto Fraga
Alunos da turma TTAR- Bom dia Senhor Roberto nos somos da turma de turismo e gostaríamos de lhe fazer uma entrevista acerca da sua vida pessoal, profissional e dos seus hobbies.
Gostaríamos de saber o seu nome, idade, quando e onde nasceu.
Senhor Roberto Fraga- Chamo-me Roberto Fraga, nasci nesta casa, há 72 anos atrás.
Alunos da turma TTAR- Tem filhos?
Senhor Roberto Fraga- Tenho uma filha e uma neta.
Alunos da turma TTAR- Como é que foi a sua infância?
Senhor Roberto Fraga- Comecei a trabalhar quando saí da escola, com a 4ª classe, tinha 12 anos. Comecei a trabalhar, com 13 anos, nos Serviços Florestais, no mato, a plantar criptomérias. Aos 18 anos fui para a tropa, onde cumpri 4 anos de serviço militar obrigatório, dois deles na Guiné, durante a guerra Colonial.
Quando regressei da Guiné, entrei ao serviço na Capitania, depois de prestar provas em São Miguel. Nessa altura fui tirar um curso de 9 meses em Vila Franca de Xira e passei a funcionário militar da Marinha. Trabalhei 35 anos na Capitania das Flores e estou reformado há 16 anos.
Alunos da turma TTAR- Como é que era a escola no seu tempo?
Senhor Roberto Fraga- Na minha turma éramos 38 alunos, e as raparigas estavam reparadas dos rapazes. A professora era muito rigorosa e dá muitos castigos quando nos os alunos se portavam mal. Eram tempos muito diferentes.
Alunos da turma TTAR- Alguém da sua família andou na caça à baleia?
Senhor Roberto Fraga- O meu avô andou 40 anos na caça à baleia e o meu pai 35 anos. A minha mãe nunca foi à escola e sempre trabalhou em casa como era a irmã mais velha, teve de cuidar dos seus 10 irmãos.
Alunos da turma TTAR- Como é que eram as suas brincadeiras de criança?
Senhor Roberto Fraga- Não haviam brinquedos, era eu que fazia os meus próprios brinquedos: piões em madeira para brincar, barcos em madeira, entre outros brinquedos. Mas, também não havia muito tempo para brincar, pois a maioria das crianças começavam a trabalhar mal saíam da escola.
Alunos da turma TTAR- Com quem é que aprendeu a fazer os trabalhos que costuma construir?
Senhor Roberto Fraga- Com o meu pai e o meu avô. Foram eles que me transmitiram o gosto para começar a fazer estes trabalhos. Tenho pena que os mais jovens não queiram aprender, mas os tempos são outros e agora há muitas coisas para eles se distraírem.
Alunos da turma TTAR- Quantos anos de casado faz?
Senhor Roberto Fraga- 47 anos, é preciso ter muita vontade para estar tanto tempo com uma mulher e uma mulher com um homem (risos).
Alunos da turma TTAR- O que é que o senhor gostaria que os seus descendentes fizessem às suas peças?
Senhor Roberto Fraga- Acho que os meus trabalhos estão bem entregues, porque tanto a minha filha como a minha neta dão grande valor a estes trabalhos. A minha filha tem muitos trabalhos que eu fiz a decorar a sua casa.
Alunos da turma TTAR- Gostamos muito dos seus trabalhos e agradecemos o fato de nos ter recebido e de nos ter acolhido na sua casa.
NOTA: Esta entrevista apresenta o texto editado e contou também com a participação da esposa e da sogra do senhor Roberto Fraga.
Vídeo editado da entrevista ao senhor Roberto Fraga.
2 de outubro de 2020
Atividade "Escamas de Peixe"
O Segredo da Escama
Uma demonstração com a artista Sara Schanderl.
Sara Schanderl, artesã residente na Ilha de São Miguel, apresentou alguns dos seus trabalhos manuais realizados com escamas de peixe. Esta atividade foi dinamizada na Biblioteca Padre Júlio Sousa Soares, na Escola Básica e Secundária das Flores, no dia quinze de outubro de dois mil e vinte e contou com a presença de vários alunos da escola, entre os quais os formandos da turma do curso do PROFIJ Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural, acompanhados pelas formadoras Lasalete Cruz e Patrícia Resende.
Sara Schanderl, cuja profissão era designer, afirmou ter começado a trabalhar com as escamas após perceber que este tipo de artesanato estava em falta no Arquipélago dos Açores. A partir desse momento, começou a explorar novos desafios, produzindo inúmeras peças recorrendo a este tipo de material, nomeadamente: peças de bijuteria, ímanes, objetos de decoração, entre outros.
Para iniciar a demonstração, a artesã apresentou um pequeno PowerPoint com as informações essenciais sobre todo o processo até obter o produto final: o tratamento das escamas, a secagem, o seu tingimento e manuseamento.
De seguida, a artista mostrou algumas das peças que trouxe e que foi criando ao longo da sua carreira e fez uma pequena demonstração de como produzir uma das peças.
Para finalizar, a artista deu oportunidade aos presentes de participarem na mostra, criando uma peça com os materiais disponíveis.
Os formandos do curso de Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural
Mural Fotográfico
O que nunca será esquecido!
José António Fortuna, 61 anos, prestes a completar 62 no próximo dia 19 de novembro. Nascido e criado na Ponta Ruiva, freguesia dos Cedros. Teve uma infância difícil, tal como a maior parte das crianças daquela época. Desde pequeno ajudava os pais na lavoura ou a cuidar das vacas, das quais vendiam o leite, principal meio de sustento da família. Acrescenta que era um trabalho difícil, tudo era feito à mão e não havia tratores nem máquinas para facilitarem o trabalho das pessoas. Hoje é tudo mais simples!
Foi para a escola até aos 14 anos, mas só completou a 2ª classe. Aprendeu a ler e a escrever, o suficiente para orientar e organizar a sua vida. Os seus pais tiveram o sonho de emigrar para a América, mas como José se recusou a ir, acabaram por abandonar essa ideia.
Quando saiu da escola continuou a trabalhar na atividade de agropecuária, um trabalho que sempre fez por gosto e não por obrigação. Continua nessa profissão até hoje, tendo ao seu cuidado uma exploração com cerca de 20 vacas de carne.
O Museu “Casa do Machado” era um antigo estábulo de vacas, daqui transferido para outro local devido à proximidade da casa de habitação. As peças que fazem parte deste museu pertenciam à sua família e, algumas delas, foram compradas aos seus vizinhos. Pretendia que não fossem esquecidas as tradições e modos de vida da população das gerações anteriores.
Este museu foi inaugurado a 6 de maio de 2014, nunca tendo recebido qualquer apoio para a sua criação e manutenção. Mostra bastante orgulho quando diz que o museu já foi visitado por pessoas de muitos países. “Mesmo que eu não esteja em casa, a chave está sempre na porta…Este ano vieram menos por causa do COVID-19…”.
Refere que vai continuar a recolher peças antigas para aumentar o espólio do seu museu, porque as tradições e as memórias não podem morrer com as pessoas.
Santa Cruz das Flores, 03 de novembro de 2020
Os formandos da turma de TTAR
No dia vinte e dois de fevereiro, os formandos das turmas dos cursos do PROFIJ Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural e Técnico(a) de Produção Agropecuária, acompanhados pelas formadoras Marta Alves e Patrícia Resende, realizaram uma visita de estudo ao empreendimento turístico da Aldeia da Cuada, onde fizeram uma entrevista aos seus proprietários.
Em primeiro lugar, poderiam apresentar-se.
R: Somos o Sílvio Gonçalves e a Carlota Silva.
Podem explicar o vosso percurso escolar e profissional até decidirem criar este projeto?
R: Carlota – Eu tirei um curso de Nutrição e podia ter continuado a trabalhar em Lisboa nesta área, mas optei por regressar às Flores. Concorri, durante um ano, a diversos empregos para a minha área, mas como não consegui nenhum, optei por vir ajudar os meus pais a expandir este projeto de empreendimento turístico.
Sílvio - Eu completei o ensino secundário nas Flores e trabalhei em diversos sítios, até que decidi ir trabalhar para França durante algum tempo. Depois, fui para Lisboa onde trabalhei como mergulhador e instrutor de mergulho. Entretanto, fui convidado para trabalhar na SONY, onde estive algum tempo. Após estas experiências profissionais, decidi regressar às Flores e dinamizar este projeto com a Carlota.
Quantos funcionários trabalham neste espaço? São habitantes da ilha ou de fora?
R: São 13 funcionários na época baixa e 20 na época alta. Com o novo empreendimento, na Fajã Grande, contamos passar a ter cerca de 45 funcionários. Temos funcionários da ilha, da Madeira, do Brasil e também já tivemos de Cabo Verde.
Quantas habitações fazem parte deste projeto de Turismo Rural? Como é que as adquiriram?
R: São 20 casas, mas apenas alugamos 17. Estas casas foram sendo adquiridas aos seus antigos proprietários, e depois foram sendo recuperadas. Este processo foi demorado porque, muitas vezes, era difícil localizar os seus donos.
Que tipo de turistas procuram este espaço?
R: Os turistas estrangeiros mais velhos são os que mais se interessam por este tipo de turismo e a maior parte deles vem da Alemanha. No entanto, temos também turistas franceses, ingleses e portugueses. Contudo, nos últimos tempos, temos assistido a uma diminuição da vinda de turistas ingleses, uma vez que o Governo Regional tem deixado de investir na promoção da procura em Inglaterra.
Como é que divulgam o vosso espaço? De que forma o publicitam?
R: Antes da situação do COVID 19 fazíamos muitas presenças em feiras, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Mas a melhor publicidade é a chamada publicidade “boca-a-boca”, isto é, feita por pessoas que estiveram no nosso espaço e divulgaram a experiência que viveram. Fazemos também publicidade nas redes sociais e através dos catálogos das agências de viagens.
Quais os aspetos negativos e positivos de quem escolhe a ilha das Flores para vir passar férias?
R: Atualmente, é muito fácil os turistas de qualquer parte do mundo fazerem uma reserva de viagem para a Ilha das Flores, através do Booking. Antigamente, esse processo era feito com as agências de viagem, onde fazíamos publicidade ao nosso empreendimento. Hoje em dia, nós conseguimos adquirir os nossos turistas diretamente, sem a intervenção destas agências. Contudo, continuamos a fazer este tipo de publicidade, que é muito importante nos períodos de crise como este, porque estabelecem uma maior proximidade com os turistas.
Há também muita publicidade que é feita em revistas internacionais, da qual só temos conhecimento quando algum cliente nos envia essa revista. A este propósito, posso dar o exemplo de uma famosa revista de Nova York que considerou a Aldeia da Cuada como um dos 5 melhores destinos turísticos do mundo.
Em relação aos aspetos negativos, temos, sobretudo, a questão dos cancelamentos que são muito frequentes, dadas as condições climáticas da ilha. Contudo, os aspetos positivos acabam por compensar os negativos e, para 2022, já temos bastantes reservas.
Tendo em conta a pandemia, sentiram que houve alguma quebra na procura e no rendimento no ano transato?
R: Sim houve, mas foram-se criando ofertas para que conseguíssemos dar a volta à situação. Por exemplo, a vinda dos “Mal-amanhados”, fez com que houvesse ainda mais saída para a nossa Ilha e, desde que abriram os aeroportos, nunca mais parámos. A única diferença é que em vez de termos tantos turistas estrangeiros, abarcamos mais o mercado português.
Como é que tiveram a ideia de abrir o restaurante? Os produtos que utilizam são locais?
R: Abrimos o nosso restaurante há 4 anos, mas as nossas casas estão equipadas com cozinha para que os clientes possam cozinhar nelas, se assim preferirem. Abrimos o restaurante, porque os clientes queriam um local para fazer as suas refeições sem terem de se deslocar da Aldeia. A ideia surgiu quando, um certo dia, uns clientes viram o Sílvio chegar da pesca, com alguns peixes, e perguntaram se ele os poderia cozinhar para eles comerem.
Inicialmente servíamos apenas pequenos-almoços e, com o passar do tempo, passamos a servir o almoço e o jantar.
Que tipo de serviços inclui o vosso pacote turístico?
R: Nós temos o alojamento, o restaurante e os transfers. Contudo, não oferecemos passeios turísticos, porque, a maior parte dos nossos clientes, aluga carros para conhecer a ilha.
Sabemos que estão a criar um novo projeto turístico na Fajã Grande. Poderiam explicar-nos o que vos levou a entrar nesse projeto e em que fase se encontra? Quando é que estará aberto ao público?
R: Vamos abrir um novo negócio para poder aliviar o stress e a pressão do restaurante na Aldeia da Cuada e também porque as pessoas gostam de variar o local para almoçar/jantar. O novo restaurante, provavelmente, estará aberto só para o próximo ano.
Já alguma vez se arrependeram de ter investido neste projeto? Sentem que, de alguma forma, este projeto vos aproximou enquanto família ou acabou por ocupar demasiado tempo?
R: É complicado, nós estamos 24 horas por dia juntos. Acaba por afastar um pouco, uma vez que acabamos por não conseguir separar as coisas. Temos ainda uma filha de 3 anos que, enquanto estamos cá, fica com os avós por estarmos os dois a trabalhar. Além de termos de estar disponíveis para a família, temos ainda de estar sempre disponíveis para os clientes a qualquer hora do dia. Este aspeto não é fácil, quer se trate de um grande, ou de um pequeno negócio.
Gostavam que a vossa filha, um dia, continuasse este projeto?
R: Se algum dia ela quiser continuar este projeto, irá pegar nele já com uma estrutura definida. A estrutura que temos vindo a criar ao longo dos anos. No entanto, se ela realmente quiser, vai começar como nós, por baixo, a trabalhar nas diversas secções da Aldeia, a fazer limpezas, a atender clientes… a fazer de tudo um pouco, como nós também fizemos.
UM DIA COM A... EXPERIENCE OC
No dia vinte e quatro de fevereiro, a turma do curso de PROFIJ Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural, constituída por seis formandos e a turma de Técnico(a) de Produção Agropecuária, com quatro formandos, e ainda a formanda Sabrina Costa, do curso de Operador(a) de Jardinagem, acompanhados das formadoras Patrícia Resende e Marta Alves, participaram numa atividade organizada pela empresa de atividades turísticas “Experience OC”. Durante a atividade os participantes foram acompanhados pelos Senhores Armando Rodrigues, Francisco Pimentel, Luís Pereira e pelo estagiário Leandro Martins. A atividade decorreu nas freguesias da Fajãzinha e Fajã Grande, onde visitámos alguns pontos turísticos muito importantes em termos culturais.
Durante o percurso que nos conduzia para a Fajãzinha, o guia Francisco Pimentel, falou-nos da descoberta da ilha em 1452, sobre as plantas endémicas e como se distinguiam, e deu-nos também alguns exemplos de temas de conversa que têm com os turistas, durante a realização de atividades idênticas a esta. Esta partilha foi muito importante para nós, enquanto formandos da área de Turismo. A nossa primeira paragem foi no Miradouro do Portal, de onde podíamos observar a freguesia da Fajãzinha e uma parte da Fajã Grande.
Já na Fajãzinha fizemos uma visita à queijaria de fabrico artesanal da senhora Ilda Henriques, onde tivemos a oportunidade de degustar alguns dos seus produtos. Também ficámos a conhecer o processo de fabrico do queijo e algumas informações relevantes sobre esta queijaria. Seguimos até à antiga escola primária, outrora cheia de crianças e, agora vazia, tendo sido aproveitada para uma escola de música e local de ensaios da Banda Filarmónica da Fajãzinha, a única da Ilha. Fizemos o resto do percurso pela Fajãzinha a pé, com várias paragens, onde pudemos observar uma pequena barragem que foi construída depois da derrocada em 2010 e a Igreja, que está a ser restaurada, e que tem como padroeira a Nossa Senhora dos Remédios. Os nossos guias também nos contaram que a calçada exterior da Igreja tem a história de que uma velhinha que por lá vivia, todos os dias, ia buscar pedras do rolo e metia no chão, e quando, às vezes, a pedra não servia num determinado sítio, voltava a levá-la para o mar.
Passámos pela praça da Fajãzinha onde antigamente os mais idosos iam conviver até às tantas da noite. Ainda em clima de religião, passámos também pelas duas casas do Espírito Santo da Fajãzinha, uma que ficava perto da praça, que era a Casa do Espírito Santo dos Karacim e a outra, que ficava um pouco mais distante da praça, localizada no outeiro, que pertencia aos vermelhos.
De seguida, descemos para o terreno onde se encontravam os moinhos, foi-nos explicado que havia vários tipos de moinhos onde, antigamente, a população levava os seus cereais para moer e transformar em farinha de milho e trigo para a confeção de papas, pão e ração para os animais. Como a Ilha é muito húmida e o trigo demorava mais a secar, a partir de uma certa altura, começou a cultivar-se, essencialmente, o milho.
Como já era hora de almoço foi-nos proporcionado um repasto no restaurante “Pôr-do-sol”, o único restaurante onde servem pratos típicos da ilha como inhames, linguiça, feijão assado, tortas de erva patinha (erva do calhau), batata-doce, pão de trigo e bolo de tijolo, entre outras iguarias com as quais nos deliciámos. Um ponto de paragem obrigatório para todos os turistas, sem dúvida. Após o almoço, tirámos umas fotografias com o dono, o Senhor Corvelo, e a cozinheira do restaurante e agradecemos a forma como nos receberam.
Continuando a nossa visita fizemos o trilho para o Poço da Ribeira do Ferreiro, mais conhecido como Lagoa das Patas, onde pudemos observar uma das paisagens mais maravilhosas da Ilha, que fascina, segundo os nossos guias, os imensos turistas que, todos os anos, visitam este local.
No fim de visitarmos o Poço da Ribeira do Ferreiro, fomos até à freguesia da Fajã Grande, onde pudemos observar alguns tipos de plantas costeiras. Percorremos o atalho até ao Poço do Bacalhau, e, por ser quinze horas dava para ver a forma da cauda e da espinha do bacalhau seco que a sombra fazia na rocha, e que deu origem ao nome do poço. Aqui fizemos um pequeno lanche, proporcionado pelos dinamizadores da atividade, e tirámos algumas fotografias para nos lembrarmos deste dia inesquecível.
Infelizmente, tivemos que regressar à Escola mas, sem dúvida, que este dia vai ficar na memória de todos nós, quer pelo convívio e partilha, quer pelas imensas coisas que aprendemos acerca da nossa Ilha.
Não poderíamos deixar de agradecer aos responsáveis da Empresa EXPERIENCE OC, na pessoa do senhor Armando Rodrigues e seu staff, pela sua disponibilidade em colaborarem com a Escola e proporcionarem aos alunos um dia diferente e muito enriquecedor. Seria muito importante que outras empresas/instituições seguissem este exemplo.
Os formandos do curso de Técnico(a) de Turismo Ambiental e Rural